sábado, 8 de janeiro de 2011

Atila Tini - Fotografia de Palco

Fotografia...
Palco...
Grandes músicos...

... Ingrediente perfeito para um casamento entre a Arte do retrato e o mundo da música.

Atila Tini, fotógrafo de palco e músico, atravessa esse campo não-minado com belas fotos. Confira aqui entrevista realizada com ele e algumas fotos de seu trabalho.



-- Conte-nos um pouco da sua história/biografia...

Sou músico e fotógrafo, nascido em São Paulo. Na música, toco baixo (com menos freqüência do que eu gostaria...) em alguns poucos bares de São Paulo. Estudei Arranjo e Composição com o Ricardo Simões e escrevi um pouco de arranjos para big bands e banda sinfônica. Escrevi algumas peças didáticas modais, uma ou outra peça solo para alguns instrumentos de cordas. Mas meu foco está na música instrumental, ao vivo. Amo jazz nas suas formas mais sofisticadas, o que inclui a bossa nova e nossos melhores compositores. Amo a execução em grupo da música improvisada. Na fotografia, comecei garoto, depois que ganhei uma Minolta A5 do meu pai. Quando eu tinha uns 12 anos, minha mãe me autorizou a trabalhar de auxiliar no japonês fotógrafo perto de casa, depois de certificar-se de que o japa não era nenhum tarado. O cara era o máximo; aprendi a revelar, ampliar e retocar no negativo, com grafite. Os clientes das fotos 3x4 que apareciam não tinham a menor idéia do senso estético do japa. Foi minha primeira escola, e dei sorte de entrar nesse mundo muito antes da fotografia digital.

-- Quais são seus trabalhos atuais?

Tenho trabalhado para músicos amigos, na maioria das vezes, e também muito por indicação. Ultimamente andei fazendo A Kesia, Nilton Leonarde, Ary Holland, Marcelo Calderazzo e a São Paulo Ska Jazz. Fiz Vitor Cabral, fiz Leandro, fiz Paulinho Vicente, Bocato, Rubem Faria, Duda Neves, Nina Novoselecki. Fiz fotos não contratadas também, como o Ed Motta. Estava lá para fotografar o Vitor Cabral e disparei contra o Ed. Fiz várias fotos dele. Em duas pelo menos ele próprio me entregou a imagem. O cara é muito experiente. Uns anos atrás fiz o Ron Carter, em Nova Iorque.

-- Como é viver nos bastidores da música, como você se sente em relação a isso?

Eu lido legal. Sei como é a dinâmica de palco e da música improvisada. Minhas fotos parecem com isso. Por isso que, quando posso, escolho as imagens na hora dos solos. É a hora da composição em tempo real.

-- Como você chegou a entrar nesse meio da Fotografia de palco?

Apenas por associar música (minha maior paixão) com fotografia, por proximidade. Fotógrafo desde criança, e músico desde a adolescência. A máquina sempre esteve por perto, assim o caminho foi natural. Nem sei dizer direito quando passei a fotografar música... Como atividade profissional, remunerada, a fotografia de palco é uma atividade que já tenho há uns 5 anos. Fiz bastante foto/jornalismo antes disso.

-- O que foi evocado em você para que fosse um fotógrafo de músicos, a música propriamente dita ou a paixão pela fotografia...?

Não sei formular direito a ponto de descobrir se houve uma relação tão simples de causa e efeito. A música esteve sempre lá, e fotografar ação de palco nasceu como uma tentativa de perpetuar instantes de criação, mas na forma paradoxal de um "testemunho silencioso".

-- Ser fotógrafo de palco é sua especialidade, ou você trabalha com outro tipo de fotografia?

Faço retratos, sobretudo. A fotografia de palco é retrato aplicado a músicos quando atuam. Se for para classificar, faço retratos de pessoas, especializados em ação de palco. Faço cidades também. Já fiz bastante fotojornalismo como freelancer e fiz foto de turismo e publicidade também, mas fora retratos, acho tudo isso meio sacal. É possível que eu mude de ideia também, e faça mais fotojornalismo. Estou com vontade de iniciar projetos documentacionais relacionados com questões humanitárias e de meio-ambiente.

-- Você tem alguma relação especular entre o que você fotografa e o que você também gostaria de ser ou de fazer?

Toquei - e toco de vez em quando - com várias pessoas que já fotografei. Fotografar ação de palco, no meu caso, que também conheço o outro lado, não chega a ser uma continuação, ou sequer uma substituição do ato e do efeito de produzir música. Isso seria bobagem; a música é tão sublime que torna a outra arte (a captura da imagem no instante preciso) uma manifestação acessória. A fotografia, contraposta à música, não é menor. É apenas outra. Para ser meio “rodrigueano”, não sei se sou casado com a Música e tenho a Fotografia como amante ou se é o contrário. Na lógica amoral do infiel, "amo as duas igualmente".


Mais informações: http://www.atila.tini.com.br/





Os melhores discos que ouvi em 2010









Olá pessoal, vai aí uma lista minha dos discos que mais gostei de ter ouvido em 2010. Reparem que não é a lista dos discos lançados este ano (apesar de estarem alguns na lista), mas sim os que ouvi este ano. Abrs...

- Esperanza Spalding - Chamber Music Society

- Moska - Pouco

- Transatlantic - The Whirlwind

- Art Taylor - Taylors tenors

- Muse - The Resistance

- Michel Leme -

- Verônica Ferriani - Sobre Palavras (c/ Chico Saraiva)

- Trio Curupira - Pés no Brasil, Cabeça no Mundo

- Renato Consorte - Danças

- Christhiano Rocha - Ritmismo
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- Trombone Shorty - Backatown